Objetivo do post não é dizer como fazer a manutenção
detalhadamente, mas dar uma ideia geral de onde focar os esforços de manutenção
de uma bike fixa urbana de modo a minimizar os gastos.
Ressalva: As recomendações de manutenção têm como escopo uma fixa urbana comum /
tradicional – seja ela convertida ou com quadro especifico de fixa/pista. Este
post vai atender uns 95% das fixas que estão rodando hoje. E, que podem ou não
serem aplicáveis a bikes de pista profissionais, e que nesse caso sugerimos que
você consulte profissionais especializados nesse tipo de bike.
Este guia simplificado de manutenção de
fixa/singlespeed se concentra nas partes móveis da fixa que mais são afetadas
pela exposição às intempéries ou pelo uso intensivo.
Manter os custos de
manutenção baixos também depende da escolha do tipo de materiais das peças /
componentes. Ou ainda, se o componente tem uma vedação adequada para minimizar a entrada de detritos que desgastam
internamente a peça, tais como cubos, e a caixa de direção. Exemplifico. (A) Recentemente conversando com o dono
de uma bicicletaria ele me contou que um cliente pediu uma revisão de umas
rodas de pista equipadas com cubos Dura Ace Track. Esses cubos não vêm com a
vedação instalada. Um dos cones estava trincado e as esferas bem danificadas,
obviamente causadas pelo uso nas ruas que tem muitíssimo mais sujeira que um
velódromo top de linha. Ou seja, alguém que usa a sua fixa faça chuva ou faça
sol deveria usar como cubo fixo um convertido de MTB e na dianteira um cubo antigo
de MTB pré-V-Brake, por exemplo, o modelo Parallax da Shimano ou ainda cubo
Suntour XC Pro (estes não são mais fabricados, mas existem por aí) – que possuem
uma excelente vedação. (B) Atualmente
são vendidos pinhões parafusados de alumínio, mas a durabilidade do mesmo é 1/5,
ou seja, cinco vezes menor que um de aço cromoly temperado; ou cerca de 1/3 de
um pinhão de aço comum. (C) O mesmo
se pode dizer da durabilidade de uma coroa de alumínio em relação a uma coroa
de aço. No caso das coroas alguns vão alegar razões estéticas ou peso
adicional. O peso adicional é muito pouco frente ao ganho da durabilidade.
Minhas estimativas da durabilidade do aço versus alumínio estão baseadas neste
artigo publicado no site: www.63xc.com – AQUI.
Escutei varias
vezes coisas similares a isto nas bicicletarias e em foruns sobre bikes: “Quando você troca a corrente
precisa também trocar as coroas e o K-7/roda-livre”; ou seja, trocar a
transmissão inteira!!! Isso é meia verdade!!!
Isso ocorre por que o ciclista continua a usar a corrente depois que laceou e
isso danifica /desgasta irregularmente a coroa e o pinhão!!! Para evitar
gastos desnecessários, basta trocar a corrente antes dela lacear completamente,
e para saber o momento da troca basta usar uma ferramenta que indica isso. Um medidor de desgaste da corrente é o
melhor investimento que o fixeiro pode fazer para manter seus custos baixos.
Ressalte-se que a corrente é um dos componentes mais baratos de uma fixa
comum.
Um aspecto
importante para definir a frequência e a extensão da manutenção da sua fixa
urbana é o uso dela, em que condições climáticas ela é exposta; ou seja, o Contexto de uso da mesma pelo
ciclista. Vejamos duas situações extremas: a) a fixa é usada para lazer, ela roda basicamente quando o clima
está bom (sem chuva); e, b) no outro extremo a
fixa é usada por um “Messenger” – bikeboy, que trampa o dia inteiro fazendo
entregas; ou ainda a fixa é usada para deslocamento diário casa-trabalho, faça
chuva ou faça sol.
No primeiro caso, a
manutenção pode ser bem espaçada ou esporádica, e basicamente consiste em
checar se a corrente não está laceada – existe ferramenta para isso. Se estiver
laceada basta trocar; caso contrário basta limpar a corrente com desengraxante
e lubrificar novamente.
No outro extremo, a
frequência de verificação da corrente e/ou sua limpeza devem ser bem maior, e
deverá incluir outros componentes: cubos, movimento central, pedais e caixa de
direção. A frequência da manutenção também precisa ser maior quando a fixa for
equipada com componentes de pista profissionais (os quais não possuem vedação)
e eles são utilizados nas ruas.
É importante mencionar
que a manutenção da fixa tem muitas coisas em comum com a manutenção de bikes
de speed.
A Manutenção da Transmissão da Fixa
É onde se deve
concentrar a manutenção preventiva, pois é o conjunto de componentes da fixa
mais estressados na pedalada e que estão mais expostos às intempéries, e a
qualidade do pavimento aonde a bike roda.
A transmissão da
fixa inclui pinhão, coroa e a corrente.
O melhor
investimento em termos de manutenção é comprar a ferramenta que mede o desgaste
da corrente, se ela laceou e que, portanto deve ser descartada. Existem de
diversas marcas: Shimano, Park Tool, Topeak, BBB, Weldtite/Cyclo, Rohloff, Ice
Tools etc etc . A ferramenta da Shimano é considerada a mais precisa.
Fatores que afetam a longevidade da corrente:
1)
Relação Coroa x Pinhão: Uma relação muito pesada força em demasia a corrente, o
que faz com que ela laceie rapidamente;
2)
Tensionamento da Corrente: O tensionamento excessivo juntamente com uma relação
pesada acelera o desgaste da corrente, ou seja, ela laceia prematuramente;
3)
Condições climáticas: Se você usa sua fixa faça chuva ou faça sol, então ela
requer uma limpeza mais frequente. Ciclistas que pedalam em cidades praianas
também precisam fazer com mais frequência à limpeza da corrente dada a umidade
e a maresia.
4)
Condições da Pista/Terreno: Se você transita em ruas com muita terra, areia e
sujeira isso vai grudar na corrente diminuindo a durabilidade – terra/areia
atuam como se fossem um esmeril na corrente e nos demais componentes da
transmissão. E, para evitar isso obviamente é necessário uma limpeza mais frequente.
5)
Lubrificação: A falta de lubrificação adequada encurta a vida útil da corrente.
Ferramentas /Materiais Necessários – Limpeza /
Lubrificação da Corrente
- aparelho
limpa-corrente, recipiente ou garrafa “squeeze” de plástico com boca grande;
- escovas de dente
velhas ou outra similar;
- estopas ou
retalhos de tecido;
- ferramenta
quebra-corrente (necessária se usar um
recipiente ou garrafa “squeeze” para limpeza);
- desengraxante (vide
comentário abaixo);
- lubrificante para
corrente (use o tipo “seco”) ou parafina;
Desengraxante: Existe uma miríade de opções, que vão desde aquelas feitas
em casa até os de uso industrial. Não vamos entrar no mérito de cada uma dessas
opções, e obviamente algumas são melhores que as outras. O importante é que a
alternativa escolhida não elimine totalmente a lubrificação original de
fabrica. A lubrificação de fabrica é feita
sob pressão de modo que ela atinge as partes mais recônditas da corrente.
Lembrando que o desengraxante do tipo querosene, thinner etc. tem uma
viscosidade/densidade muito menor que o lubrificante; ou seja, penetram mais
que o lubrificante e retiram a lubrificação de onde ela não devia ser retirada.
Como a relubrificação é feita à conta-gotas ela não penetra nessas partes mais
recônditas da corrente.
Uma receita caseira
disseminada na internet é: uma parte de detergente neutro de cozinha (50%) e
uma parte de suco de limão (50%). Resulta que essa mistura devido ao alto teor
de limão (ácido cítrico) acaba atacando o metal da corrente. A superfície da
corrente tem um tratamento anti-oxidante e o excesso de limão / ácido cítrico
ataca ele.
No Youtube tem um vídeo (do site
ondepedalar.com) onde são comparados dois desengraxantes: CIF Desengordurante (uso
doméstico e a venda nos supermercados); e o desengraxante Clarus MSE 12 (uso
industrial e a venda em lojas especializadas ou via internet). O Clarus MSE 12 é um pouco mais eficiente,
mas o seu custo é bem mais elevado. Essa eficiência pode ser traduzida no
seguinte: leva menos tempo para fazer o serviço que o CIF Desengordurante.
A solução, em minha
opinião, é dar uma turbinada no CIF Desengordurante com suco de limão,
acrescentando 20%. Ou seja, para cada
500 ml de CIF Desengordurante acrescentar 125
ml de suco de limão; então teremos quatro
partes de CIF Desengordurante (80%) e uma
parte de suco de limão (20%). Conversando com um amigo ciclista de MTB
sobre desengraxantes, ele usa o Rodabrill – Lava Motor e Rodas de fabricação
nacional. Uma bicicletaria conceituada usa o desengraxante Algoo, isso depois
de testarem vários outros.
IMPORTANTE: O finado Sheldon Brown comentava que esse assunto de
como limpar/conservar a corrente é meio “religioso”, e cada um de nós tem a sua
“religiosidade”.
Caso o leitor
discorde da minha opção, não tem nenhum problema, faça do jeito que você julga
ser melhor, afinal de contas as consequências da sua escolha serão arcadas por
você. Comentários ou questionamentos
sobre este ou aquele método ou produto não serão respondidos, ou seja - esse assunto tem potencial para gerar grande polemicas, mas o blog se abstém de participar. Sugiro com
veemência que o leitor faça a sua própria pesquisa nos fóruns sobre bikes -
nacionais e internacionais e tire suas conclusões. Minha DICA: Use o desengraxante utilizado pela bicicletaria que você
confia, e algumas marcas tem uma opção para o varejo – menor quantidade (por
exemplo Algoo). Lembrando que existe uma miríade de desengraxantes
fabricados especialmente para correntes de bicicletas (Park Tool, Pedro’s,
Weldtite, Finish Line, WD-40 Bike etc.) que são mais caros devido a importação,
e sem esquecer aqueles fabricados para limpeza de correntes de motocicletas
tais como Motul Chain Clean C1 e os para uso em automóveis. Resumindo, existem
opções para todos os gostos / “religiosidades” e bolsos.
Evite passar na
corrente querosene, thinner, pois eles retiram até a lubrificação que não deve
ser eliminada. Outro cuidado é verificar se o desengraxante pode atacar a pintura, caso isso ocorra troque de desengraxante ou desmonte a corrente e limpe-a longe do quadro.
A primeira etapa é determinar se a corrente esta laceada ou não.
NOTA: Usar uma corrente laceada provoca o desgaste desigual
da coroa e do pinhão que são componentes muito mais caros que a corrente!!!
Troque a Corrente. A maioria dos ciclistas não colocam novas correntes a
cada 1.400 (+/- 2.240 Kms) a 1.800 (+/- 2.840 Kms) milhas, ou pelo menos uma
vez por ano. Ande muito tempo com uma corrente velha, e ela irá desgastar o seu
cassete e coroas, então você terá que desembolsar para substituir toda a
transmissão, e não apenas a corrente. Kopps
Cycle, a bicicletaria mais antiga dos USA (1891).
Existem algumas
maneiras de determinar isso, vou explicar três delas. A primeira é usar uma ferramenta que mede o desgaste. (2) Outra maneira é medir a corrente
com uma régua de aço para ver se ela laceou. Na segunda maneira, a corrente estará inutilizada se ela estiver entre
1/16 e 1/8 polegadas passada da marca representada pelo rebite do
décimo-segundo elo da corrente. Na foto abaixo a corrente esta perfeita, pois o
centro do rebite esta exatamente em cima da marca de 12 polegadas da régua.
Foto da régua com
corrente
Foto da corrente
passando as 12 polegadas
Como posicionar a régua: Coloque a marca do zero da régua em POLEGADAS
diretamente em cima do primeiro rebite da secção de 12 elos da corrente,
ressalte-se que cada elo mede exatamente UMA polegada. Conte 12 elos, e cada
elo é composto de uma parte com placa interna e uma parte com placa externa. O
rebite do ultimo elo (décimo-segundo) deverá estar alinhado com a marcação de
12 polegadas da régua. Caso o rebite
passe mais de 1/16 polegadas dessa marca, a corrente deve ser substituída.
Foto mostrando a
corrente e a régua com 12 polegadas
A terceira maneira consiste em comparar o comprimento da
corrente em uso com uma corrente NOVA. Porém, é preciso fazer um cálculo
de ajuste. Ou seja, os 12 elos de corrente (que são iguais a um comprimento de
12 polegadas quando novos) não
podem ultrapassar a medida de 12 1/16 polegadas. Consequentemente uma corrente
usada com 48 elos não deveria ultrapassar 48 e ¼ de polegadas. Use um raio de
bicicleta para transpassar os elos das duas correntes e pendurá-las, para poder
fazer as medições necessárias.
Se estiver laceada,
desgastada basta trocar a corrente e limpar o pinhão e a coroa.
A segunda etapa, caso a corrente ainda esteja boa,
é simplesmente lavar a transmissão com um desengraxante, passar uma escova para
retirar eventuais detritos que estejam grudados nela. Repassar o desengraxante, mais uma vez. Na sequencia secar a corrente removendo os
restos do desengraxante. E, depois lubrificar novamente a corrente.
O lubrificante deve
ser pingado na parte interna da corrente, aquele lado que “abraça” o pinhão / coroa. Assim evita-se
que grude poeira na parte externa e na lateral da corrente, e eventuais
excessos de lubrificante nessas partes devem ser eliminados com um pano seco e
limpo. Não se esquecendo de limpar a coroa e o pinhão com uma escova de dente
velha molhada no desengraxante, depois retire os resíduos do desengraxante com
a estopa/retalhos de pano.
Importante: é vital para a corrente que ela trabalhe praticamente
seca por fora e lubrificada por dentro, para evitar que grude poeira/detritos
na lateral da corrente. Por isso é necessário limpar o excesso de lubrificante
com um pano bem seco e limpo.
Existe uma
alternativa à lubrificação que é passar a corrente já limpa na parafina. Alguns
usam um recipiente metálico aonde vai a parafina que é derretida (SEM FERVER)
no fogão e a corrente é submersa nisso e retirada quase que imediatamente. No
exterior existem potes de cera / parafina específicos para correntes de bike,
como os fabricados pela Molten Speed Wax. No
site Instructables existe um
“tutorial” passo-a-passo de como lubrificar uma corrente usando parafina, AQUI.
Coroa
A coroa precisa ser
substituída quando os dentes começarem a ter um formato que lembra “dentes de
tubarão”. No caso de fixas, as coroas de aço duram muito mais que uma de
alumínio, conforme é mencionado neste artigo “Surly Stainless Steel Chainrings” do site www.63xc.com, AQUI . Vide
foto abaixo.
Foto Coroa Dentes
de tubarão
Pinhão Fixo
O pinhão fixo
também gasta com o uso e quando os dentes começarem a afinar e ficar levemente
parecidos com dentes de tubarão, ele deve ser substituído. Neste caso é melhor
trocar toda a transmissão, desde que a coroa também esteja comprometida.
A empresa Renold PLC,
cujo fundador Hans Renold, um engenheiro suiço radicado na Inglaterra, que foi
quem inventou as modernas correntes (roller chain) em 1880, diz o seguinte
sobre o desgaste de pinhões, AQUI:
“Pinhão que tenha
sido usado além de certo ponto vai causar desgaste da corrente rapidamente e
deve ser substituído o mais breve possível. Mas, Quanto o desgaste é muito? E,
que tipo de inspeção visual que você pode realizar para determinar isso?”
“Se você olhar para
as faces dos dentes do pinhão você verá uma indicação da quantidade de desgaste
que já ocorreu. Isto irá ser visto como uma faixa rebaixada e polida, na linha do
diâmetro do círculo dos pinos da corrente (PCD - pitch circle diameter), em
cada um dos dentes, como mostrado no diagrama abaixo”.
Diagrama da Mensuração do Desgaste do Pinhão |
“Se a profundidade
do desgaste, X, atingiu um valor igual a 10% da dimensão Y, então o pinhão
chegou ao fim da sua vida útil e tem de ser substituído. É importante ressaltar
que usar pinhões de baixo custo, de má qualidade na maioria das aplicações
industriais é uma falsa economia. Um pinhão de boa qualidade deve durar mais
que a vida de várias correntes antes que a quantidade de desgaste mostrada aqui
tenha ocorrido.”
Importante:
Isso se refere a pinhões para fins
industriais. Entretanto foi o único lugar que obtive uma resposta
quantitativa e abalizada sobre desgaste de pinhões. Em fóruns no exterior é
dito algo assim: “O desgaste mostra-se como se os dentes assumissem um perfil
de ‘sharkfin’ (dente de tubarão). Ou seja, côncavo no lado que os roletes da
corrente puxam contra o dente”. Entretanto, é exatamente isso que é mostrado no
diagrama acima da Renold.
Neste post do blog “Pinhão
Boone (titânio) Parafusado no Cubo de Disco”, o autor comenta que em um ano ele trocou a correntes três vezes. Conforme
ele conta a seguir: “Após uma temporada
de uso e três correntes, o pinhão parafusado apresenta apenas leve desgaste. A
abrasão aparece nas pontas dos dentes, e há um pouco de marcas dos elos da
corrente onde ela toca a base do pinhão. A transmissão (cubo, pinhão, corrente
e pedivela/coroa) gira suave e silenciosamente, quase como novo (sempre que
substituo a corrente, é isso que acontece)”.
Pinhão Boone de Titanio |
Existem ferramentas
(Sprocket Checker / Wear Indicator) para determinar o desgaste de engrenagens
(K-7) / pinhões, mas nenhuma afirma que é
especifica para pinhões de pista. Para serem passiveis de serem usados em
pinhões fixos deveriam usar uma corrente de 1/8 (grossa), mas todas mostram o
exemplo de uso em um K-7 e a corrente parece ser fina. Existem
das seguintes marcas: KMC, Rohloff, Unior.
Cubos de Fixa
Os cubos de fixa
existem com rolamentos e cone/esferas. Os cones/esferas com anel de vedação
aguentam melhor as intempéries, e especialmente os cubos de disco convertidos
para pinhão parafusado que possuem uma excelente vedação para as ruas, pois são
para MTB. É necessário verificar se o cubo não esta com folga, se o eixo esta
girando livremente sem rangidos ou “pontos duros”; caso isso não se verifique então
ele deve passar por uma manutenção.
Um cubo com folga
irá desgastar desigualmente o cone e a bacia. O cone é fácil de substituir, mas
a bacia é bem complicada, pois na maioria das vezes não existe reposição e você
terá de trocar o cubo. A bacia de cubos antigos top de linha, ainda é possível
conseguir na internet, nos demais casos quase que a única alternativa é a
canibalização. Uma bacia desgastada desigualmente faz com que a roda fique
desalinhada e vai ter folga / “pontos duros”.
Materiais / Ferramentas Necessárias – Cone/Esfera
- duas chaves de cone 13 ou 14 (a grande maioria dos cubos usa essa medida);
- duas chaves de “locknut” (contra-porca). (Obs.: O “locknut” é que encosta na
gancheira). O normal é usar uma chave
estrela 17, mas existem variações entre os fabricantes de cubos. Nota:
As chaves de cone e de “locknut”: às vezes são intercambiáveis. Porém a chave
estrela não entra no cone. Você precisa verificar qual à medida que serve no
seu cubo;
- desengraxante para limpeza, que pode ser até querosene ou outro
solvente;
- jogo de esferas. Nota: Esferas tem “grade”, ou seja,
nível de qualidade / “esfericidade”. Aquelas usadas por 99,9% das bicicletarias
são “grade” 10 ou inferior. Para fins comparativos, a Campagnolo usa “grade”
25, e o mesmo pode ser dito da Shimano quanto aos grupos médios/ top de linha.
A medida padrão
para as esferas traseiras é ¼
de polegada, mas na dianteira ocorrem mais variações de tamanho. Por exemplo,
cubo dianteiro Quando (chinês) para
freio a disco usa esferas de ¼ de polegada!!!
- graxa. Evite usar as graxas com lítio
que com o tempo ressecam e atacam borrachas usadas nas vedações. Dependendo das
condições climáticas aonde a bike é usada, é melhor usar graxa náutica daquelas
usadas na rabeta do motor de popa, tais como: Evinrude Johnson OMC Triple Gard
que é a prova d’agua, mas a maioria das graxas náuticas é resistente à água.
Nunca usei essa da Evinrude, mas vi a recomendação nos fóruns dedicados às
atividades náuticas. A melhor graxa especifica para bikes é a da Phil Wood, que
é do mesmo padrão daquelas usadas em bombas submersas. Existem outras marcas de
graxa conceituadas: Park Tool Polylube, Pedro’s, Finish Line etc.
Cubos Roletados
Verificar se o anel
de vedação está intacto e se os rolamentos estão ou não com folga. Caso estejam
com folga ou o anel de vedação esteja danificado eles devem ser trocados. E,
esse procedimento é um pouco complicado, e, portanto deve ser feito por um
mecânico profissional.
Caixa de Direção – “Old School”
Esse componente
também utiliza esferas, e existem algumas que tem um “cartdridge” – neste caso
as esferas ficam seladas e requerem muito menos manutenção. Quando fizer a
manutenção dos cubos também revise a caixa de direção, nem que seja para trocar
a graxa, pois apesar da vedação alguns detritos se infiltram nela.
Materiais / Ferramentas Necessárias – Caixa de Direção
- duas chaves com 32 mm especificam para isso (a grande maioria dos copos usa essa medida – tamanho
standard com espiga do garfo com 25.4 mm); e no caso de caixas de direção
aheadset basta usar uma chave Allen para desmontá-la;
- desengraxante para limpeza, que pode ser até querosene ou outro solvente;
- jogo de esferas. Nota: Esferas tem “grade”, ou seja,
nível de qualidade / “esfericidade”. Aquelas usadas por 99,9% das bicicletarias
são “grade” 10 ou inferior. Para fins comparativos, a Campagnolo usa “grade”
25, e o mesmo pode ser dito da Shimano quanto aos grupos médios/ top de linha.
Existem variações de tamanho das esferas entre as marcas de caixas de direção
standard (25.4 mm).
- graxa. Você pode usar a mesma empregada
nos cubos.
MOVIMENTO CENTRAL
Atualmente
usa-se basicamente movimento central selado. A exceção são as bikes de pista
keirin (NJS) que usam colar de esferas.
Movimento
central selado se estiver com folga deve ser substituído. No caso de movimento
central NJS devem ter manutenção com mais frequência, pois não possuem vedação.
A manutenção de MC keirin é a mesma da caixa de direção, mas você vai precisar
de ferramentas especificas para esse tipo de movimento central. Isso é melhor
ser feito por uma bicicletaria.
SAPATAS DE FREIO
Basta verificar se as sapatas não estão muito gastas – os sulcos indicadores desapareceram? Ou, se não estão excessivamente lisas. Se os sulcos desapareceram então as sapatas devem ser substituídas por novas. Se estiverem excessivamente lisas, mas com sulcos, elas devem ser retiradas, limpadas e passadas levemente em uma lixa fina.
Basta verificar se as sapatas não estão muito gastas – os sulcos indicadores desapareceram? Ou, se não estão excessivamente lisas. Se os sulcos desapareceram então as sapatas devem ser substituídas por novas. Se estiverem excessivamente lisas, mas com sulcos, elas devem ser retiradas, limpadas e passadas levemente em uma lixa fina.
PEDAIS
Eles
também são muito exigidos em uma fixa, principalmente devido aos skids.
Precisam ser lubrificados. Ressalte-se que se os pedais são daqueles baratos –
tipo plataforma - se estiverem com folga
devem ser descartados, pois não vale a pena gastar tempo com a sua manutenção.
Os
pedais que valem a pena dar manutenção são aqueles “old school” modelos top de
linha: Campagnolo Aero ou Pista, Ofmega, Gipiemme, Shimano “delta”, MKS,
Suntour modelos Superbe Pro ou Cyclone.
A
manutenção de pedais é um pouco mais complicada, pois muitos fabricantes fizeram
ferramentas especificas para a desmontagem do pedal. Os mais simples de fazer manutenção
são aqueles que têm uma tampa externa que dá acesso ao eixo/cone/locknut do
pedal. Os mais complicados são os Shimanos estilo “delta” cujo acesso se dá
pelo lado do eixo que está rosqueado no pedivela ou ainda os pedais “clipless”
dada a variedade.
Os
pedais mais simples (os “Old School”) bastam desmontá-los limpar os
cones/pistas de esferas e se for o caso trocar as esferas e engraxá-los. O que
vai ser necessário é o seguinte:
- uma
chave de tampa externa do pedal (existem variações entre marcas);
- um
“axle vice” para prender o eixo na morça sem estropiar as roscas;
-
chaves apropriadas para desrosquear o “locknut” / cone;
-
estopa /retalhos;
-
recipiente para limpeza das peças;
-
solvente, e pode ser querosene ou similar;
- graxa
- você pode usar a mesma dos cubos;
- esferas
novas (se for o caso).
Observe
ao desmontar a ordem em que estão dispostas as diversas peças que compõe o
pedal – tire fotos com o celular, e conte o numero de esferas para
colocar o mesmo numero de esferas novas. O procedimento é o mesmo usado no caso
da limpeza dos cubos.
Resumindo,
a manutenção de pedais mais complicados deve ser deixada a cargo do mecânico da
bicicletaria.
RECURSOS ADICIONAIS
Caso
você queira expandir o seu conhecimento de mecânica de bicicletas existem as três
“bíblias”:
- Sutherland's Handbook for Bicycle
Mechanics;
- Barnett's
Manual: Analysis and Procedures for Bicycle Mechanics;
- PARK TOOL Big Blue Book of Bicycle
Repair.
Boas Pedaladas a Todos,
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