Você decidiu ter uma fixa autentica, isto é, uma com gancheiras horizontais originais de fabrica. Porém no Brasil, as opções de quadros de fixas originais são limitadas, especialmente em cromoly, mas tem muita gente trazendo do exterior, seja quando viaja ou através dos Correios (desde que não exceda o limite de US$ 500, e arcando com o imposto de 60%).
E lá vem a grande questão: Que tipo de quadro de fixa escolher? Isso depende do contexto de uso da bike e/ou de seus objetivos ao pedalar. Caso você não saiba claramente os seus motivos para montar/comprar uma fixa sugiro que leia o post: "Por Que Ter Uma Bike Fixa? Sete ou Mais Motivos para Pedalar Uma Fixa".
O primeiro critério é o mais importante na escolha do quadro de fixa, que é definir qual vai ser o uso do mesmo. Uma fixa pode ser usada para fazer manobras ou “tricks”; ou para deslocamento / meio de transporte casa/trabalho; pedalar por lazer, competir no velódromo (neste caso seria uma bike de pista de carbono); jogar bike pólo etc. Os usos mais comuns das fixas são: lazer e deslocamento casa/trabalho.
O uso pretendido da fixa impacta os demais aspectos a serem considerados, que são: material do quadro, geometria, e em certa medida o estilo / estética da bike.
Cada uso implica em um tipo de geometria que seria o mais adequado, mas isso não é uma coisa rígida – que tem que ser assim. Existe quase que uma unanimidade em termos da geometria para a bike de pista para competição em velódromo, pois aqui o que se busca é o máximo de performance, o máximo de velocidade. Nos demais usos da fixa existe uma maior variabilidade na geometria, como pode ser constatado nas tabelas comparativas abaixo.
A 14 BikeCo descreve adequadamente qual é a geometria mais adequada para uso urbano da fixa (caso você queira um pouco mais de conforto), conforme o que ela diz do quadro Spirit Keirin : “A geometria é descontraída, com um movimento central alto... A geometria não é tão agressiva quanto um quadro para velódromo, ele é confortavel e estável para longos passeios”.
O que isso quer dizer: A geometria desse quadro de fixa da 14 BikeCo é muito similar a um quadro de estrada, mas com um movimento central alto. Isso implica no seguinte: os ângulos do tubo frontal e tubo do selim são menores e a distancia entre eixos é maior que um quadro de pista. Além disso, o “rake” do garfo é maior que o de pista.
Um “rake” do garfo e um tubo superior maior fazem com que diminua ou elimine a possibilidades de ao fazer uma curva a roda bater/roçar na sapatilha. Uma distância entre eixos maior significa que vai ser mais confortável ao passar pelos buracos e outras imperfeições de nossas ruas, pois absorve melhor as vibrações /impactos.
O estilo dos quadros de fixas tem uma enorme variação, capazes de seduzir qualquer ciclista, e esse é o objetivo do fabricante.
O estilo clássico ou retro tem quadros em cromoly e são cachimbados. Em geral são mais caros que os construídos com solda TIG. A principal característica é que o tubo superior é paralelo ao solo e os tubos do triangulo principal tem mais ou menos o mesmo diâmetro, mas o tubo inferior é levemente mais grosso. Eles podem ser feitos com geometria pura de pista ou mais relax. Eles são as típicas “magrelas”. Veja o exemplo desta Viking Fixa descrita no post: “Bike Check: Viking do Martens” .
Viking Fixa (classica) |
Outro estilo que é apreciado é o Lo Pro, na qual o tubo superior fica na diagonal para baixo (“frente com angulo negativo”). A BLB – Brick Lane Bikes (UK) oferece o modelo La Piovra e a Affinity tem o LoPro. Existem gradações no estilo, alguns são mais agressivos. No lado light, temos o quadro Cinelli Mash (em alumínio). Antes de usar esse tipo de geometria nas ruas, eu sugiro você consultar à suas costas para saber se elas agüentam confortavelmente essa posição.
Affinity Lo Pro |
Existem quadros com a geometria “Slooping”, a qual surgiu primeiramente com as MTB e depois migrou para as bikes de estrada. No qual o tubo superior fica levemente na diagonal para cima e o tubo do selim às vezes fica menor. Esse tipo de geometria também pode ser pista pura ou mais light.
Specialized Langster (Slooping) |
As opções, grosso modo, são essas. Caso você queira curtir a sensação de pedalar uma bike similar às de pistas, então uma bike com geometria similar à Cinelli, Panasonic NJS ou Viking etc. é o indicado. Por outro lado, no caso do uso ser no deslocamento diário, é mais agradável / confortável pedalar em uma bike /quadro com uma distancia entre-eixos maior e ângulos mais baixos, e um “rake” do garfo maior.
Muitos dos que cresceram pedalando BMXs estão migrando para as bikes fixas para continuarem fazendo manobras e como diz o framebuilder da Marino Bikes (Peru): “Bike fixa para tricks ou trial não passam de uma BMX com rodas grandes”.
Alguns quadros de fixa têm uma geometria que permite utilizar pneus maiores: 700x32 até 700x38. Enquanto que um quadro com geometria pura de pista, no máximo vai permitir pneus 700x23. Obviamente, pneus mais largos são mais confortáveis para pedalar nas nossas ruas cheias de imperfeições (desníveis, buracos, lombadas etc.).
Examinando a geometria de diversos fabricantes de fixas, podemos dizer que existem duas alternativas, mas nada é preto no branco, existe zona cinzenta:1) pista pura; e 2) pista light (relax) ou dito de outra forma: geometria de estrada com movimento central alto.
No primeiro temos a Cinelli, Bertelli, Viking, Panasonic NJS, Affinity (Lo Pro e Kissena), Pake Rum Runner, Eightinch Scrambler V3 etc. É também o caso da Look (fabricante de quadros de carbono) que mira basicamente o ciclista profissional e no máximo oferece uma bike de pista para treino em alumínio (modelo Look 464) assim como uma roda de treino (pista) – modelo Elipse. A geometria da Look 496 (carbono) de pista está neste post: “Bike Check: Viking do Martens”.
No primeiro temos a Cinelli, Bertelli, Viking, Panasonic NJS, Affinity (Lo Pro e Kissena), Pake Rum Runner, Eightinch Scrambler V3 etc. É também o caso da Look (fabricante de quadros de carbono) que mira basicamente o ciclista profissional e no máximo oferece uma bike de pista para treino em alumínio (modelo Look 464) assim como uma roda de treino (pista) – modelo Elipse. A geometria da Look 496 (carbono) de pista está neste post: “Bike Check: Viking do Martens”.
No segundo temos a Linskey Fixie, Scattante SSR(Performance), Affinity Metropolitan, Soma Van Ness, etc. Como fala a Linskey a respeito do seu quadro de fixa: “a Fixie tem uma geometria mais relaxada do que a típica bicicleta de pista, permitindo uma posição mais confortável na bike ...”. Descrição que não é muito diferente daquela da 14 BikeCo mencionada acima.
Além desses, existiria um terceiro tipo de geometria que são as bikes fixas para tricks /trials onde a robustez é primordial, ou seja, são BMX com rodas grandes, mas isso foge do foco do blog. Os ciclistas que optam por esse tipo de quadro (trials / tricks) estão se lixando se a aparência dos mesmos é similar a uma pisteira tradicional e sim com a “manobralidade”, durabilidade /robustez.
Abaixo apresentamos diversas tabelas comparativas de geometrias de bikes fixas (pura e a “light”) e de estrada.
Essa primeira tabela mostra os quadros da Affinity, um fabricante que tem os mais diversos tipos de quadro: fixa, pista, tricks e estrada, mas nada de MTB, Hibridas ou Beach Cruiser. Escolhemos a Affinity porque ela é um dos poucos fabricantes que tem essa variedade de quadros com gancheiras de pista (4 quadros) e um de estrada, que dão uma boa visão geral dos estilos de geometria das fixas.
Tabela de Geometria da Affinity Cycles |
Observem a diferença entre o “drop” do movimento central do quadro de pista Affinity Lo Pro com relação ao de estrada e o de tricks. O quadro de fixa Affinity Metropolitan é que foi usado no filme "Premium Rush" (no Brasil o titulo é "Perigo por Encomenda") que é sobre um "courier" de New York que utiliza uma fixa.
Mostramos também uma tabela com a geometria das bikes fixas prontas, que já vêm montadas de fábrica, e uma outra de diversos quadros de fixas de fabricantes variados. Uma com quadros mais simples na faixa de US$ 200 a US$ 300. E também uma outra tabela sobre alguns quadros mais elaborados, na faixa de preço de US$ 600.00 a US$ 2,500.00.
Tabela de Geometria dos Quadros mais Simples |
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A Giant Bowery e a Fuji Feather na tabela dos seus respectivos fabricante onde eles apresentam a geometria das bikes não consta o “drop” do movimento central!!! Essa medida é importante para uma bike fixa de uso urbano. Ressalte-se que essa informação está presente na Fuji Classic Track, o qual tem uma geometria “slooping”, ou seja, o tubo superior tem uma leve inclinação para cima.
A Specialized tem uma linha bikes fixas/pistas cujo nome é Langster com vários modelos e materiais: alumínio (S-Works; A1 Premium), cromoly (tubo Reynolds 520 – solda TIG). As construídas em alumínio têm a geometria “slooping”, mas os de cromoly têm o estilo clássico: tubo superior paralelo ao solo, traseira e o garfo cromado (modelo RedChrome). O preço de tabela (US$ 440; mas no eBay custa cerca de US$ 300) do quadro Langster Steel não está caro dado o acabamento em cromado da traseira e do garfo.
O que deixa a desejar na bike Langster Steel é “drop” do movimento central (69mm) que é quase de uma bike de estrada. Outro problema dessa bike é o comprimento do pedivela: 172.5mm, mais estrada é impossível !!! Por outro lado, o modelo Langster S-Works tem uma geometria mais agressiva: o “drop” é de 59mm e a distancia entre-eixos é de 963mm, e o comprimento do chainstay é de 390mm, assim como os ângulos são mais altos.
Lendo as descrições de alguns fabricantes de fixa (Linskey Fixie , 14BikeCo – quadro Spirit Keirin etc.) e examinando as tabelas de geometria, constatamos que a ênfase nos quadros de fixas urbanas são: Movimento Central Alto, ângulos mais relax e entre-eixos mais longos. Entretanto a Linskey Fixie não tem o movimento central muito alto, como pode ser constatado na tabela de geometria, assim como a Affinity Metropolitan.
Deixamos de lado os quadros fixos destinados a “trial” ou “urban assault”, pois é uma minoria que usa esse tipo de quadro.
Quadro de Fixa Original vs. Quadro Convertido em Fixa
Como já mencionamos antes: toda bike de pista é também uma bike fixa, mas o contrario nem sempre é verdade. Isso ocorre porque muitas bikes fixas são montadas a partir dos mais diversos tipos de quadro (estrada, MTB, hibrida etc.) e muitos não tem um movimento central suficientemente alto para rodarem no velódromo ou seus componentes não são adequados (tipo de pneu, comprimento do pedivela etc.).
Já foi aventada em um blog que uma conversão de uma bike de estrada / speed em fixa urbana (uso nas ruas) é uma “gambiarra”, entretanto o autor da afirmação não explicou o porquê disso. Aqui vai a minha explicação: isso se deve a uma única característica da bike speed - é a altura do movimento central que é mais baixo do que uma bike de pista, e portanto há maiores probabilidades do pedal bater no chão e o ciclista levar um tombo.
Quadros
de pista de competição só não pode quebrar durante a competição e o enfoque da
sua construção é a performance e não
durabilidade (mais peso – tubos reforçados!!!).
Os quadros de pista sofrem mais “stress” nas ruas: buracos, desníveis, imperfeições
do asfalto, pedras etc – coisas inexistentes em um velódromo. O mesmo que já comentamos sobre cubos de pista
que não tem vedação e com isso a fricção é reduzida e assim eles têm uma melhor
performance no velódromo. Cubos sem
vedação tem uma durabilidade muito menor nas ruas, por melhor que seja a
qualidade dos materiais empregados e sua fabricação.
Recentemente um neófito da turma que gosta de adubar o mundo das fixas com a boca disse esta pérola: "Isso que o Yamuguchi diz sobre quadros de pista serem usados nas ruas podia ser verdade há vinte anos atrás, mas hoje com os quadros de carbono isso não é mais verdade". Será mesmo ??? Quadros de carbono tem uma baixa resistência à impacto e a resistência à fadiga é um pouco melhor que a do aluminio, e muito inferior a do aço ou titânio. Este assunto é abordado com maiores detalhes no tópico abaixo - Material dos Quadros de Fixa.
Alguns pensam que usar um quadro especifico para pista
nas ruas é que o correto, e que o resto é “Gambiarra”.
A
respeito disso, Koichi Yamaguchi (http://www.yamaguchibike.com/content/Index ),
o conceituado framebuilder que fez os quadros para a equipe de ciclismo
Olimpica dos USA nos anos 90 e que também construiu quadros Keirin no Japão ,
distingue esse aspecto uso urbano x velódromo, na suas recomendações de quadros
.
Yamaguchi diz que os quadros para fixa são construídos
de maneira diferente de um que vai ser utilizado no velódromo:
“Messenger frame are require
more strength then regular competition track frame. Competition track frame are
not design for back pedaling (fixed gear braking) this yield stress on chain stays,
seat stays and rear dropouts.” Fonte:http://www.yamaguchibike.com/content/Frames/Messenger
A
tradução disso é:
“O
quadro Messenger precisa ser mais resistente que um quadro para competição de
pista. O quadro de Pista para competição não é construído para dar contra-pedal
(brecar a bike com um skid) , pois isso resulta em “stress” nos tubos da
corrente (chainstays), nos tubos de suporte do tubo do selim (seatstays) e nas
gancheiras traseiras.”
Recentemente um neófito da turma que gosta de adubar o mundo das fixas com a boca disse esta pérola: "Isso que o Yamuguchi diz sobre quadros de pista serem usados nas ruas podia ser verdade há vinte anos atrás, mas hoje com os quadros de carbono isso não é mais verdade". Será mesmo ??? Quadros de carbono tem uma baixa resistência à impacto e a resistência à fadiga é um pouco melhor que a do aluminio, e muito inferior a do aço ou titânio. Este assunto é abordado com maiores detalhes no tópico abaixo - Material dos Quadros de Fixa.
As diferenças entre uma bike de pista e uma de estrada ficam evidentes comparando-se as duas geometrias, cujos aspectos mais relevantes são: 1) altura do movimento central; e 2) o “rake” do garfo. Na bike de pista, o “drop” é menor assim como o “rake” do garfo.
Muitos ciclistas urbanos se incomodam com esse “rake” mais curto do garfo de pista, pois muitas vezes isso contribui para o “overlap” do pedal / sapatilha com a roda, isto é, ao fazer uma curva a roda bate na sapatilha. Vejam esse exemplo mencionado aqui nesta resenha do quadro de fixa Viking: onde um deles trocou o garfo de sua Pake que tinha um “rake” de pista por um de 43 mm (estrada).
Existe uma única razão objetiva por que um quadro de fixa é melhor que um quadro de estrada convertido: é a distancia do movimento central do chão ou também chamado “drop” do Movimento Central. Na verdade, muitos quadros de fixa não passam de um quadro de speed/estrada com gancheiras horizontais de pista e movimento central alto, como já foi dito pelos fabricantes ao descreverem seus quadros (por ex.: 14BikeCo).
Ressalte-se que esse aspecto da geometria da fixa (altura do movimento central ou “BB drop”) foi o único considerado no artigo/post “As Sete Regras das Fixas, mas Bike Fixa tem regras???”. No contexto do uso urbano da bike fixa, esse é o aspecto mais importante, em termos de evitar acidentes – bater o pedal no chão. Pois na bike fixa voce nunca deixa de pedalar, voce entra e sai de uma curva pedalando. Entretanto, no caso da fixa ser utilizada intensivamente (deslocamento diário) é melhor que ela tenha uma distancia entre-eixos maior, pois isso traz mais conforto, assim como ângulos mais baixos do que um quadro de pista puro.
O velódromo de Manchester na Inglaterra que é um dos dois velódromos desse país de categoria Olímpica - o outro é o de Londres onde aconteceram os Jogos Olímpicos de 2012. O velódromo de Manchester publicou os requisitos (AQUI) que as bikes que querem rodar no velódromo tem que atender e o único requisito relativo à geometria da bike é: A ALTURA DO MOVIMENTO CENTRAL, que tem de ser de 28 cm usando um dos tipos de pneus aprovados pelo velódromo. Não existe nenhuma regra a respeito de "rake" do garfo, ângulo do tubo frontal ou do tubo do selim !!! Ou seja, as regras não proíbem o uso de bikes convertidas em fixa ou uma bike fixa montada com quadro de fixa no velódromo desde que elas cumpram os requisitos exigidos. Vejamos os principais requisitos:
"Track bikes must have a fixed wheel, 165mm cranks, and 280mm (11”) bottom bracket height (measured from floor to centre of bottom bracket), no braze ons, and must have track ends. Coaches must advise riders to check their own bikes before taking to the track, including: tyres, chain tension, wheel nuts. If a “fixie” bike is used, that matches the measurements above, and has braze ons or cast cable or gear stops, the projections must be padded with foam and taped over with insulating tape".
A tradução está abaixo:
"Bicicletas de pista deve ter uma roda fixa, pedivelas de 165 milímetros e 280 milímetros (11") de altura do movimento central (medido do chão até o centro do movimento central), sem "braze ons", e deve ter gancheiras de pista. Treinadores devem aconselhar os ciclistas para verificar a sua própria bike antes de entrarem na pista, incluindo: pneus, tensão da corrente, porcas das rodas. Se uma bicicleta "fixie" é usada, que atende as medidas acima, e tem "braze ons" ou suportes para cabos ou marchas , as protuberâncias devem ser cobertas com espuma e presas com fita isolante".
Abaixo traduzimos a recomendação do Sheldon Brown sobre a escolha do quadro de fixa.
O velódromo de Manchester na Inglaterra que é um dos dois velódromos desse país de categoria Olímpica - o outro é o de Londres onde aconteceram os Jogos Olímpicos de 2012. O velódromo de Manchester publicou os requisitos (AQUI) que as bikes que querem rodar no velódromo tem que atender e o único requisito relativo à geometria da bike é: A ALTURA DO MOVIMENTO CENTRAL, que tem de ser de 28 cm usando um dos tipos de pneus aprovados pelo velódromo. Não existe nenhuma regra a respeito de "rake" do garfo, ângulo do tubo frontal ou do tubo do selim !!! Ou seja, as regras não proíbem o uso de bikes convertidas em fixa ou uma bike fixa montada com quadro de fixa no velódromo desde que elas cumpram os requisitos exigidos. Vejamos os principais requisitos:
"Track bikes must have a fixed wheel, 165mm cranks, and 280mm (11”) bottom bracket height (measured from floor to centre of bottom bracket), no braze ons, and must have track ends. Coaches must advise riders to check their own bikes before taking to the track, including: tyres, chain tension, wheel nuts. If a “fixie” bike is used, that matches the measurements above, and has braze ons or cast cable or gear stops, the projections must be padded with foam and taped over with insulating tape".
A tradução está abaixo:
"Bicicletas de pista deve ter uma roda fixa, pedivelas de 165 milímetros e 280 milímetros (11") de altura do movimento central (medido do chão até o centro do movimento central), sem "braze ons", e deve ter gancheiras de pista. Treinadores devem aconselhar os ciclistas para verificar a sua própria bike antes de entrarem na pista, incluindo: pneus, tensão da corrente, porcas das rodas. Se uma bicicleta "fixie" é usada, que atende as medidas acima, e tem "braze ons" ou suportes para cabos ou marchas , as protuberâncias devem ser cobertas com espuma e presas com fita isolante".
Abaixo traduzimos a recomendação do Sheldon Brown sobre a escolha do quadro de fixa.
Sheldon
Brown sobre Track Bikes vs.
Fixa Convertida
“Bicicletas de pista são projetadas para uso em velódromos. Alguns ciclistas
rodam com elas nas ruas, mas elas são menos do que o ideal para utilização nas
ruas.
A geometria do quadro de uma bicicleta de pista também é diferente da de
uma bike speed. Desde que velódromos não têm lombadas ou buracos, eles são construídos
mais rígidos, com os ângulos do quadro mais-verticais. Isso é bom para a
capacidade de manobrar, mas faz com que eles sejam muito duros (desconfortáveis)
para rodar nas ruas do mundo real.
Apesar do fator moda (coolness) de uma verdadeira bike de pista, uma bike
de estrada convertida em fixa é o que eu recomendaria para o ciclista em busca
dos benefícios de pedalar uma bike com pinhão fixo.
Isso normalmente seria uma bike de estrada/speed mais velha, modificada
para virar uma bike com pinhão fixo. A maioria das bikes antigas com "dez
velocidades" são boas candidatas para este tipo de modificação / conversão.
Estas bikes têm a geometria apropriada para pedalar confortavelmente na
rua, vêm com freios, rodas com blocagem, espaço para para-lamas, e, às vezes
até suportes (braze-ons) para garrafa de água.
Você poderia comprar uma bike fixa pronta, mas eu tenho um artigo detalhado
sobre Conversões de
Bike de Speed em Fixas que ajudarão você a montar a sua própria fixa”.
Nota: O
blog tem vários posts sobre conversões aonde isso é detalhado em português.. Como Medir o “DROP” do Movimento Central
Experimente perguntar para o vendedor da loja de bicicletas: Qual o “drop” do movimento central dessa fixa? Provavelmente ele vai te olhar como você fosse um marciano, alguém de outro planeta !!!
Medir com uma trena a distancia do centro do movimento central até ao chão não é adequado, pois não te permite comparar isso com o de outros quadros / bikes. Esse dado obtido dessa maneira raramente aparece nas tabelas de geometria; e existe a variação provocada pelo tamanho do pneu. A medição feita conforme explicamos abaixo (+ correta) é a que é mostrada nas tabelas de geometria dos fabricantes.
Alguns vão pensar que existe contradição entre o que estou falando e as regras do Velódromo de Manchester. Não existem. Explico. O Velódromo de Manchester juntamente com essa maneira de medir a altura do movimento central também estipula os pneus que podem ser usados no velodromo - com largura mínima de 21mm e máximo de 25 mm e inflados com pressão de 8 bar (119 psi). Entretanto como existe uma grande variedade de pneus usados nas fixas é melhor medir o "drop" do movimento central conforme descrito no parágrafo seguinte.
Alguns vão pensar que existe contradição entre o que estou falando e as regras do Velódromo de Manchester. Não existem. Explico. O Velódromo de Manchester juntamente com essa maneira de medir a altura do movimento central também estipula os pneus que podem ser usados no velodromo - com largura mínima de 21mm e máximo de 25 mm e inflados com pressão de 8 bar (119 psi). Entretanto como existe uma grande variedade de pneus usados nas fixas é melhor medir o "drop" do movimento central conforme descrito no parágrafo seguinte.
O tamanho da queda (“drop”) do movimento central (“bottom bracket drop”) refere-se a quanto a caixa do movimento central fica abaixo da linha (imaginária) entre os eixos da roda dianteira e traseira. Para medir a queda do movimento central (BB drop) basta medir a distancia do centro do eixo da roda (Nota: As duas rodas precisam ser iguais e com o mesmo tamanho de pneu e devem estar inflados com a mesma pressão.) até ao chão e depois medir a distancia do centro do eixo do movimento central ao chão. A diferença entre os dois resulta na medida do “bottom brackett drop” ou queda do movimento central.
Tenha como guia para saber se o "drop" do movimento central é adequado o seguinte: Quadros Keirin - cerificados NJS tem pelo menos 60mm de "drop" - vide o exemplo da geometria do quadro Panasonic NJS acima; caso você queira com um drop menor veja o exemplo do quadro Look 496 de pista em carbono que tem 50mm de "drop". Resumindo, procure um quadro de fixa que tenha no máximo 60mm de "drop" do movimento central. Caso contrario você está pagando caro por um quadro de estrada com gancheiras de pista.
Tenha como guia para saber se o "drop" do movimento central é adequado o seguinte: Quadros Keirin - cerificados NJS tem pelo menos 60mm de "drop" - vide o exemplo da geometria do quadro Panasonic NJS acima; caso você queira com um drop menor veja o exemplo do quadro Look 496 de pista em carbono que tem 50mm de "drop". Resumindo, procure um quadro de fixa que tenha no máximo 60mm de "drop" do movimento central. Caso contrario você está pagando caro por um quadro de estrada com gancheiras de pista.
Outro aspecto para lembrar, é que o tamanho de um quadro de fixa adequado é levemente menor do que aquele da sua bike de speed /estrada. Dado que o comprimento do tubo do selim do quadro de fixa será menor que o de speed, pois o “drop” do movimento central é menor que um quadro de estrada. Portanto outras medidas que entram em consideração, tais como: o comprimento do tubo superior e também é o “stand over height” que significa: É a medida vertical de um quadro de bicicleta a partir do ponto central (do meio) do tubo superior até ao chão.
Por exemplo, uma Caloi by Eddy Merckx tem uma distância do centro do movimento central até o chão de 26.5cm (pneus 700x25) que resulta em um BB “drop” de 70mm aproximadamente, dado que a distancia do eixo da roda até ao solo é de 33,5 cm.
Resumindo, as diferenças na geometria entre uma bike de pista e uma de estrada são grandes, pois envolve tudo: ângulos, "rake" do garfo, distancia entre-eixos, mas o mais relevante no uso urbano da bike de estrada como fixa é o “BB drop”, e para alguns o “rake” do garfo pois isso tem impacto se o pedal/sapatilha roça no pneu ao fazer uma curva.
Resumindo, as diferenças na geometria entre uma bike de pista e uma de estrada são grandes, pois envolve tudo: ângulos, "rake" do garfo, distancia entre-eixos, mas o mais relevante no uso urbano da bike de estrada como fixa é o “BB drop”, e para alguns o “rake” do garfo pois isso tem impacto se o pedal/sapatilha roça no pneu ao fazer uma curva.
Material dos Quadros de Fixas
Basicamente eles são feitos em cromoly, alumínio e titânio, mas existem alguns feitos em aço comum, mais pesados, mas muito mais baratos. O carbono é basicamente para quadros a serem utilizados no velódromo (Pista), mas nada impede de serem usados nas ruas. O cromoly é o material mais popular, dado o conforto e o estilo. Os quadros em alumínio usam tubos “oversize” para dar mais resistência /durabilidade ao quadro, que por outro lado afeta o conforto, eles são mais duros que um de cromoly. Os quadros em titânio são uma minoria, mesmo em relação aos de carbono, cujos preços começam ao redor de US$ 1,000.00.
O melhor material para quadros, de maneira geral, é o titânio, mas nas competiçoes é o carbono (Obs.: ciclistas profissionais preocupam-se em vencer, e a durabilidade ou custo do quadro é irrelevante para eles). O titânio porém tem a desvantagem de custo. Eles começam com o preço ao redor de US$ 1,000.00 (os de boa procedência).
O aluminio tem 3 problemas no uso urbano: 1) muito duro / rigido - desconfortável; 2) não absorve as vibraçoes ("dampening"); 3) tem menor vida útil (resistência à fadiga); 4) não é passivel de ser reparado (trinca, empenado etc.); na verdade dá para ser reparado porém a temperatura alta da solda enfraquece o material e para mitigar isso o quadro precisa passar novamente por tratamento têrmico para aumentar a resistência - e isso é caro e tem pouca gente que faz. Por outro lado, são leves e mais baratos que a média. Vide a tabela acima sobre as propriedades dos materiais utilizados na fabricaçao de quadros.
Os quadros de carbono de boa procedência também não são baratos, custam acima de US$ 3,000.00 . Entretanto, existem uns de procedência chinesa que custam ao redor de US$ 750.00. Eles são mais adequados para competiçoes em velódromo. Ressalte-se que quadro de carbono tem prazo de validade e eles são pouco resistentes à impactos e tem baixa resistência à fadiga. Vejam a citação abaixo tirada DAQUI:
"DO CARBON FRAMES LAST?
Yes. [Our] frames are guaranteed for five years of racing and training use. When the primary consideration is performance, carbon is the only choice. If you really need your frame to last for fifty years, buy a steel one".
Os problemas dos quadros e componentes de carbono também são abordados neste post aqui:"Fibra de Carbono - Cuidado com os Excessos". Outro dia estava em uma rede social um neófito adubando o mundo das fixas com a sua ignorância, dizendo que carbono é resistente etc. etc... e que o Yamaguchi diz sobre quadros de pista vs. fixa não se aplica mais.
Os quadros de aço cromoly são os que reúnem a melhor combinação (prós e contras) para uso nas ruas: conforto, longevidade, e custo razoável, e para alguns a estética (é a típica "magrela").
Acabamento
Os quadros de fixa em cromoly são feitos geralmente usando-se solda TIG (menor custo) e uma minoria são cachimbados (“lugs”). Os quadros top de cromoly são todos cachimbados: Cinelli Supercorsa Pista, Colnago Pista Art Décor, os quadros keirin feitos por framebuilders japoneses (Kalavinka, Makino, Kinfolk etc.) ou pista por framebuilders ocidentais: Pelizzoli, Tommasini etc. O mais em conta dos top é o Panasonic NJS (feitos pelo sistema POS). Existem quadros cachimbados mais simples: Mercier Kilo Team (US$ 345.00); Sparton (Chile) etc. Os de alumínio são todos com solda TIG e os top são o Cinelli Mash, Bianchi Vigorelli, Look 464 etc. Os garfos são geralmente em cromoly, e alguns são cachimbados. Entretanto, algumas bike fixas urbanas vem com garfo de carbono.
Conclusões
O que é realmente importante em termos de geometria em uma fixa urbana é a altura do movimento central, pois isso diminui as possibilidades do pedal bater no chão e que pode permitir que o ciclista utilize um pedivela com maior comprimento que traz um ganho em termos de alavanca.
Os demais aspectos do quadro de fixa caem no terreno da subjetividade, que é o gosto pessoal de cada um, e que neste caso isso fica além do escopo que estabelecemos para o blog. Ou seja, evitamos opinar.
A esta altura, o leitor estará se perguntando, como no inicio do artigo: Qual quadro escolher? Qual você recomenda?
Em primeiro lugar, não existe uma única resposta correta, e que sirva para todos os ciclistas. A resposta adequada dependerá dos objetivos do ciclista com a sua fixa; do seu gosto pessoal referente ao estilo do quadro, acabamento etc., e, obviamente, de quanto você está disposto a gastar, que pode variar de R$ 100,00 até US$ 6.000,00 ou mais se voce quiser uma de carbono sob medida. Uma fixa convertida a partir de uma bike de estrada que estava encostada vai custar entre R$ 100,00 a R$ 200,00 (re-aproveitando tudo, só trocando o cubo traseiro + pinhão, movimento central, firma-pé) até uma top de quadro em cromoly cachimbado (Cinelli Supercorsa Pista) e grupo Campagnolo Pista com rodas Mavic e Aerospoke (dianteira) vai custar ao redor de US$ 5,000.00 a US$ 6,000.00.
Vejamos uma situação hipotética: a finalidade do quadro é montar uma fixa confortável para deslocamento diário e a distancia é mais ou menos grande. Nesse caso, um quadro com distancia entre-eixos maior, “rake” do garfo maior (talvez de carbono para absorver as vibrações) e ângulos mais baixos é o mais adequado.
No final, o que provavelmente irá prevalecer é o gosto pessoal do ciclista, dado que fixas – de modo geral, são usadas para lazer / meio-de-transporte; consequentemente aqueles requerimentos para ter uma ótima performance (velocidade, que implicam em quadro de carbono, rodas de carbono com pneus tubulares, guidão de pista etc.) ficam em segundo plano.
Lembre-se que o melhor quadro de fixa / pista é aquele que você pedala com prazer.
By MarchaFixa
P.S.: Neste link AQUI tem informações sobre um "Bike Fit" virtual que pode ser útil na escolha do tamanho do quadro.
Mais informações sobre a geometria de bicicletas em geral podem ser encontradas aqui nestes links abaixo:
- http://asbicicletas.wordpress.com/2011/10/03/geometria-de-quadros-i/
- http://asbicicletas.wordpress.com/2011/11/14/geometrias-de-quadros-ii-angulo-do-tubo-vertical/
- http://asbicicletas.wordpress.com/2013/05/26/geometrias-de-quadros-iii-angulo-da-caixa-de-direcao/
P.S.: Neste link AQUI tem informações sobre um "Bike Fit" virtual que pode ser útil na escolha do tamanho do quadro.
Mais informações sobre a geometria de bicicletas em geral podem ser encontradas aqui nestes links abaixo:
- http://asbicicletas.wordpress.com/2011/10/03/geometria-de-quadros-i/
- http://asbicicletas.wordpress.com/2011/11/14/geometrias-de-quadros-ii-angulo-do-tubo-vertical/
- http://asbicicletas.wordpress.com/2013/05/26/geometrias-de-quadros-iii-angulo-da-caixa-de-direcao/