Bianchi Ocelot MTB Fixa (pinhão Surly Dingle 21x17 e a altura do mov.central é 29cm)

segunda-feira, 28 de maio de 2012

As Roscas das Bikes Fixas e Correlatas


A indústria de bicicletas tem uma longa história de usar muitos padrões diferentes de rosca. Ambos os tipos de roscas - polegadas (imperial) e métrica - estão em uso. E muito disso é devido a tentativa dos fabricantes de componentes de criar de certa forma um reserva de mercado. 

 

Algumas roscas são quase que exclusivamente usadas na indústria de bicicletas, e as implicações disso são no caso de você perder um parafuso especial de um componente, existem três soluções: 1) comprar do fabricante da peça o parafuso de reposição; 2) canibalizar uma peça antiga; ou 3) comprar um componente completo novo para substituir!!! 

 

Abaixo é uma tabela de alguns dos passos de roscas e diâmetros e as suas utilizações mais corriqueiras. Esta tabela não pretende ser completa e exaustiva. É aconselhável sempre medir o diâmetro e o passo, para identificar corretamente a rosca.





Fonte: Bike Fixa Brasil e Park Tool - http://www.parktool.com/blog/repair-help/basic-thread-concepts

Neste link AQUI tem uma cópia em PDF dessa tabela acima.


Relacionado com este artigo existe um post especifico sobre as roscas dos eixos para cubo de fixa AQUI:  "MEDIDAS DOS EIXOS PARA CONVERSÕES DE CUBOS EM FIXOS".


Além disso existe um post específico sobre movimentos centrais, comprimentos de eixo e a intercambialidade entre padrão JIS e ISO, AQUI : "Movimento Central e Pedivelas com Padrão JIS ou ISO".


Boas Pedaladas a Todos.


By MarchaFixa

Como Parar (c/Skids) Uma Bike Fixa

Fixas são lindas, leves e rápidas. Se não tiver freio então, fica mais linda ainda, sem nenhum cabo ou manete.

 

Mas a primeira coisa que qualquer sujeito com um mínimo de noção se pergunta antes de subir numa é: comé que pára essa porra?

 

 

A-Ha! E é ai que começa a brincadeira. Pra conseguir sobreviver e se divertir, você vai precisar aprender algumas técnicas, que no fundo são bem simples.

 

 

Pensando nisso, o pessoal criou um aqui traduzido por quem não tem o que fazer…

 

 

O que você vai precisar:

a) Fixed gear bike;

b) Pedais com firma-pé ou taquinho;

c) Capacete e joelheiras e cotoveleiras (só para treinar);

d) Cones de trânsito e/ou marcadores de rua.

 

 

Step 1: Encontre um lugar seguro para pratica


Sempre escolha um lugar aberto e inabitado. Photo by Bindanaku on Flickr.

 

Bikes couriers se popularizaram usando fixed gear (ou “fixie”), mas o último lugar que você vai querer praticar é no tráfico pesado. Novatos devem encontrar locais abertos e seguros pra praticar suas manobras (e cair).

 

Use pelo menos o freio da frente até se sentir confortável para frear sem ele (mesmo ele ainda estando na bike). Lembre-se que é quase impossível antecipar uma freada de emergência.

 

Estacionamentos abandonados e quadras de futebol são os melhores locais para praticar. Mais importante, tente sempre usar os equipamentos de segurança.

 

Step 2: Antecipe suas paradas

 

Frear uma fixie é mais complicado que uma bike normal, você precisará ficar muito mais atento às suas imediações e até antecipar possíveis mudanças no tráfico à sua volta. Redobre sua atenção também para o solo em busca de poças de óleo, lixo, latas ou outras coisas no caminho (mais informações, pergunte pro Ricardo Bruns), assim você verá que fica mais fácil e seguro andar no trânsito. Quando estiver treinando paradas, especifique um ponto onde deseja parar, com um cone ou uma marca. Marque uma região de segurança para suas paradas, você deverá praticar paradas rápidas (ou até skidar desviando de obstáculos).

 

Step 3: Escolha seu método de freiada

 

Apesar do perigo, existem boas notícias. Quando se trata de diminuir a velocidade, ciclistas de fixas têm algumas opções. Cada uma com seus prós e contras (mesmo pedalando em condições ideais), então é bom aprender alguns métodos. Os dois mais comuns são:

 

- Pedalada controlada

Diminuir a velocidade da pedalada é a maneira mais fácil de parar um fixa. Como a rotação da roda de trás está diretamente conectada com os pedais, diminuindo lentamente as pedaladas fará com que a bike diminua sua velocidade. Em uma situação de não emergência isso fará com que você consiga uma parada natural e macia – com tempo/distancia permitidos é claro.

 

- Skid Stopping

 

A combinação de travar o pedal e pender o dorpo para frente exigirá algum trabalho. Photo by Faster panda kill kill on Flickr.

 

Se seu sobrenome é “perigoso” (ou “veloz”)? Então Skid stop é mais sua praia. O processo começa com o posicionamento do corpo para frente para tirar o peso da roda de trás. Se você conseguir equilíbrio suficiente para tirar um pouco o pneu traseiro do chão, melhor ainda.

 

Uma vez que a tração da roda traseira é tirada da jogada, use seus pés pra travar os pedais na posição horizontal. Empurre para baixo o pedal que sobe, e puxe para cima o pedal que desce (é por isso que se precisa do clip ou firma-pé). Isso faz com que a bike pare, e com tempo e prática é possível dar skids mais ou menos longos de acordo com a necessidade apenas com uma leve mudança na posição do corpo.

 

Step 4: Pratique, Pratique, Pratique

 

Mesmo com um bom entendimento da freada você ainda vai precisar de muita prática. O objetivo é executar essas manobras numa situação controlada muitas vezes para se atingir o que se chama de memória muscular (o movimento se torna automático).

 

Acredite — algumas horas de “skid stop” num estacionamento é melhor que ficar fazendo força sobre seu guidão repetidamente.

 

Enquanto você vai aprendendo a dar seus skids você experimentará várias maneiras, mais e menos eficientes de se parar sua bike.

 

Dica: Ainda em dúvida com a mecânica do Skid Stop? Tente hitting up YouTube para alguns vídeo tutoriais. Além dos fundamentos, a galera das fixies colocou um monte de outros métodos de parada para os entusiastas.

 

Step 5: Faça seu testamento

 

Depois que você tiver gastado todo seu pneu dando skids e ele furar enquanto você estiver tentando se equilibrar com sua “Messenger bag” cheia de MacBooks, você provavelmente irá cair, deslizar pra baixo de uma Kombi, e morrer. Tenha certeza que você especificou quem vai ficar com seu Pedivela Paul Flush, Selim Brooks, headset Chris King… você não vai querer que suas coisas vão para inventário não é mesmo.

 

Fontes:

Esse texto foi interpretado e traduzido por Wagner de Carvalho (Wagneta) do blog Lockring e FixaSampa.

 

Tutorial encontrado aqui. Além disso existem muitos videos no Youtube sobre o assunto como este encontrado AQUI.

 

O texto original publicado no blog do FixaSampa está aqui. Somente efetuamos algumas correções, mas nada que deturpe o texto original.

 

P.S.: Apesar de não sermos muito favoráveis aos skids; dado que eles estressam os componentes da bike e implicam em um elevado consumo de pneus; publicamos este tutorial para ajudar aqueles que preferem parar a fixa com skids.

 

Neste link AQUI (do post : "O Custo da Diversão de Frear com Skids") calculamos o custo da brincadeira de brecar a fixa com SKIDS, não é muito barato - sendo comedido, o custo é de quase uma LaBici (singlespeed do Sam´s Club).

 

by MarchaFixa


sexta-feira, 25 de maio de 2012

Bike Check: LaBici SS do Sam´s Club


Este post de certa forma é continuação do anterior: Montar Uma Fixa Básica do Zero OU Comprar Pronta?”

Bike Singlespeed LaBici - Sam´s Club
Examinei essa bike singlespeed no Sam’s Club no bairro Barra Funda/Bom Retiro em São Paulo. A que estava em exposição é preta, mas tinha outra na caixa na côr branca.

Ela só se transforma em fixa (sem gastar muito) se for feito um “suicidal hub”; ou seja, colocar um pinhão colado (com trava-rosca de alta intensidade) no lugar da roda-livre e rosquear um “lockring” de movimento central, também colado para ajudar a manter o pinhão no lugar.  Entretanto, isso torna perigoso dar skids.

Ressalte-se que o quadro dela é muito parecido com o da Viking-X, assim como o garfo; as principais diferenças são: as rodas (Viking com perfil bem alto - estilo aro Velocity B43 e cubo de fixa na traseira e na LaBici perfil mais baixo tipo aro Vzan Spin e cubo de singlespeed na traseira); caixa de direção (aheadset na Viking e de rosca na LaBici); ferraduras de freios Radius são melhores que os Lee Chi da LaBici. Entretanto, esses “diferenciais” implicam que a Viking-X custe 50% a mais que o preço da LaBici.

Bike Fixa Viking-X
Na caixa dessa bike estava escrito o site da empresa: www.labici.com.cn , mas para a nossa surpresa esse modelo não estava na lista de produtos dela !!!

A lista de componentes vai estar incompleta, pois não foi possível identificar todas as marcas, mas colocamos as nossas suposições.

Componentes da LaBici modelo LB-700
 Fotos das Diversos componentes da LaBici - debaixo de cada descrição
Quadro: LaBice em aço carbono, geometria slooping, com tamanho Tubo do Selim C-T: 53cm; e Tubo Superior (C-a-C): 56cm. As soldas são bem acabadas, muito melhores do que qualquer bike de supermercado ou que as Caloi feitas de aço carbono. Porém tem uma fraqueza, não tem o “bridge” entre os “chinstays”, o mesmo ocorre com a Viking-X. Na página 2-17 do Paterek Manual for Bicycle Framebuilders é dito que o “chainstay bridge” é importante por duas razões: 1) - Ele acrescenta uma quantidade considerável de rigidez ao triângulo traseiro, 2) - Ele fornece uma maneira de fixar uma das extremidades do para-lama traseiro. Abaixo tem a foto do “chainstay bridge”.

Quadro Sem  "Chainstay Bridge"
Gancheiras do quadro: 4mm de espessura.

Garfo: LaBici – “unicrown” em aço carbono. Ele têm “massa” (mais pêso) e a distância entre o centro do eixo dianteiro até a base da pista do garfo é de 41 cm!!!  Os garfos rigidos de MTB tem essa distância entre 39 à 42cm. Em comparação um garfo Alien de pista com rake de 28mm - essa mesma medida tem uma distância de 36 cm. Por outro lado, esse garfo da LaBici permite acomodar pneus maiores: 700 x 32 até 700 x 38 ou maior ainda.

Garfo com Muito Espaço para Pneu 700x38 ou Maior

Selim: Genérico com rebites de imitação do selim San Marco Regal.

Canote: Zoom em aluminio preto (Obs.: Presumimos que seja da Zoom, pois a mesa é da Zoom.).

Aros: Aluminio genéricos com 28 furos, mas provavelmente sejam da Stars Circle - maior fabricante de aros e rodas da China - website: http://www.stars-rim.com/. Eles são uma imitação de rodas prontas, pois os furos são agrupados de dois em dois. Essa furação de 28 dificulta a troca do cubo traseiro por um com pinhão fixo. Além disso, roda com 28 furos não é adequada (robusta) para ciclistas mais pesados e para enfrentar a “alta” qualidade do pavimento das nossas ruas.

Raios: Genéricos;

Pneus: CST – 700 x 28;

Guidão: Zoom em aluminio preto (Obs.: Presumimos que seja da Zoom, pois a mesa é da Zoom.).

Manoplas: Genéricas;

Mesa: Zoom em aluminio. Os componentes fabricados pela Zoom são básicos, mas tem uma qualidade / aparência bem razoável.

Mesa Zoom (estampado nela)
Cubo Traseiro de Singlespeed: Joytech com 28 furos. Ele é do nível de um ShunFeng ou Quando. É bem básico, pois os espaçadores são de ferro.

Cubo Joytech - Espaçadores em Aço
Cubo Dianteiro: Joytech com 28 furos;

Pedivela: Genérico em aluminio com 170mm e furação de 130 BCD. O pedivela não é de fixa, mas de estrada, pois tem as “abas” de aluminio para colocar uma segunda coroa. Entretanto, em termos funcionais qualquer pedivela pode ser usado em uma fixa urbana desde que ele seja curto (165mm) e que proporcione uma boa linha da corrente sem esbarrar no “chainstays”.  Como o “drop” do movimento central é pequeno (50mm), então um pedivela de 170mm não causa problemas.

Pedivela de Estrada (suporte "aba" p/ 2a. coroa)

Coroa: Genérica de aluminio com 48;

Roda Livre: Genérica 18 dentes;

Corrente: Genérica (1/8”).

Pedal: Genérico de Aluminio e com muita “massa”, ou seja é pesado, vejam as fotos de um BTwin da Decathlon;

Pedal da Labici

Pedal Btwin - Decathlon

Movimento Central: Genérico (provavelmente Chin Haur ou Neco.);

Caixa de Direção: Genérica (provavelmente Chin Haur ou Neco).

Freio Dianteiro / Traseiro: Lee Chi com pinças longas, e similares a esses são vendidos no Brasil, como os da marca Alhonga. Nos forums do exterior não falam muito bem sobre eles.

Manete de Freio: Tektro.

O “drop” do movimento central é de 50mm, mas isso é devido ao fato de que o garfo é bastante alto (41 cm) - similar ao de uma MTB.

Ela deve pesar uns 13 a 14 kgs, na caixa com embalagem é mencionado um peso bruto de 16,1 Kgs. Onde está o excesso de pêso?
1) no garfo; 2) nos pedais; 3) têm um freio/manete à mais - isso no caso de ser usada como fixa; 4) suporte para estacionar a bike; 5) excesso de componentes em ferro, nos quais pode ser usado material mais leve (por Ex: espaçador de alumínio em vez de espaçador de ferro no cubo traseiro). Os itens mencionados são aqueles que são possíveis de serem trocados sem incorrer em grandes gastos, mas o garfo não se enquadra nisso. Obviamente, o quadro de carbono sempre pesa mais e contribui muito para o peso final da bike.

LaBici - 700c Fixie Bike ?!?!?!?

Provavelmente não será possível trocar o garfo para reduzir o peso pelo fato de que isso aumentaria o “drop” do movimento central. Explico: A altura do garfo em termos da distância do centro do eixo do cubo dianteiro até a base da pista do garfo influência o “drop” do movimento central; pois colocando um garfo de speed com distancia de 37cm (por Ex.: garfo Spinner em cromoly da KHS Aero Turbo (bike de speed) que tem essa medida) a frente da bike cairia uns 40 mm e isso aumentaria o “drop” do movimento central, o que não é aconselhável em uma fixa. Por outro lado, ela montada como singlespeed, isso não causaria nenhum problema.

A seguir transcrevemos às opiniões dos ciclistas que pedalam uma LaBici.
No site do www.pedal.com.br no tópico “Single Speed (Filosofia)” um ciclista SJNOB - (apelido no fórum do Pedal) que possui uma LaBici fez os seguintes comentários - aqui
 “Comprei uma dessas La Bici - primeiras impressões: muito honesta pelo preço pago R$600,00.  Freios Tektro ferradura, simples mas confiáveis se bem ajustados; aros aero de alumínio, brancos, pneus CST 700x28, pedivela 170mm também branco, coroa 48 branca, pinhão (roda livre) 18, quadro em aço muito confortável, absorve bem as irregularidades do piso, garfo também de aço, guidão de alumínio e mesa de aço (Nota: É aluminio - marca Zoom - e está estampado em baixo relevo). Comprei uma preta com detalhes em branco e vermelho, muito bonita mesmo. Achei a relação um pouco pesada, é preciso estar bem treinado. Ando de speed e MTB, média de 300Km/semana, e sofri em algumas subidas. Depois que embala no plano, é uma beleza. Selim branco vintage, com tachas, canote de alumínio”
Além disso ele acrescentou em outro post o seguinte (neste link aqui):
“Duas semanas de uso de LaBici e estou muito satisfeito. Bike barata e confiável, e deu até um up no meu treinamento. Acreditem, não é fácil andar 48x18 o tempo todo, minha cidade tem alguns topzinhos brabos. O quadro é 18,5", ficou muito bom pra mim (1,81m). Tudo funcionando legal, a bike já vem montada, basta colocar mesa, guidão, rodas e pedais, ajustar os freios e pronto. Levei menos de meia hora e já tava andando. Fiz uma boa compra, ainda mais tendo em vista o custo benefício - R$600,00 - acredito que não montaria nada igual por esse valor.”

A Luiza participante do grupo FixaSampa que adquiriu uma LaBici - comentou com o grupo o seguinte sobre a bike:
“A bicicleta, apesar de 100% chinesa, é até bem feita. São poucas as peças de plástico; o manete dos freios, a mesa e o pedal são de aço, como o quadro, e o guidão de alumínio.
Achei a bike um pouco pesada para uma roda livre. Segundo a caixa, são 14 kg (ainda não a pesei) e suponho que esse "excesso" seja devido ao material do quadro (aço carbono) e as dimensões dos tubos, que são mais grossos que os de algumas fixas que vejo por ai. De longe até lembra um MTB com gancheira horizontal e mais espaço pras rodas (700).
Ela veio completa, inclusive com campainha embutida no manete do freio da frente (tirei uma foto pra que quiser ver). Os freios dianteiro e traseiro são tipo ferradura e feitos de metal. A relação é 44x17. Achei boa, forte e veloz. Estou sofrendo um pouco nas subidas, mas ainda não desmontei e empurrei em nenhuma.
Apesar de bonita e bem feita, tem alguns poréns... Os aros tem 28 furos, assim como os cubos. Ou seja: é impossível trocar o cubo sem trocar a roda toda. Além disso, um amigo meu que entende de rodas disse que os raios foram montados de uma forma que ficam levemente envergados, o que causa um certo stress e pode diminuir a vida útil dos raios.
Ainda vou mexer muito nela, fixar, mudar cores, tirar um dos freios, etc. Com o tempo (e $) vou relatando as mudanças.

Concluindo: Para quem tá começando, por ser uma bike de supermercado e que custa na faixa de R$600,00 tem um bom custo-benefício.”

Existem informações desencontradas sobre o material (aço ou aluminio) que são feitos certos componentes. Por exemplo, a Mesa Zoom, que para mim é de alumínio, mas a Luiza diz que é de aço; até onde vai meu conhecimento a Zoom faz mesas somente em alumínio e o formato da mesma é de uma de alumínio (acho que no passado fizeram em cromoly mas com formato diferente e com solda aparente). O mesmo ocorre com os pedais, que para mim são de alumínio, mas ela diz que são de aço. A falha é minha, pois não levei um imã para passar nas diversas peças da bike para identificar o material.

Meu comentário no FixaSampa sobre o 1o. post do SJNOB:

“Por esse preço está muito bom. A guisa de comparação: uma Viking-X fixa (lugar mais barato é na DKS em Mauá por R$ 990,00) de diferencial só tem o aro que é uma cópia do B-43 da Velocity e o resto é até inferior: freio Radius, o Tektro é melhor; e o pedivela é Dotek (um xing-ling) que não é forjado; os cubos não tem marca, mas deve ser do nível de um Quando ou ShunFeng flip/flop. Ressalte-se que os tubos do quadro tem um diâmetro bem maior do que aqueles de uma Caloi 10, beirando um "oversize"”.

Meu comentário sobre o post da Luiza no FixaSampa:
“O pêso diz muito sobre uma bike. Esses componentes de aço prejudicam em termos de pêso, mas muitos deles são relativamente baratos substituí-los por uns de alumínio.
Esses aros com 28 furos são estranhos mesmos, incompatíveis com uma bike de supermercado, considerando que o volume de produção desses aros é muito baixo (consequentemente os custos de produção são mais altos), pois a furação mundialmente mais utilizada nas bikes de estrada e/ou MTBs são os aros de 32 furos. No Brasil, é quase impossível você achar qualquer cubo com furação de 28 furos e aros são mais raros ainda. No exterior você encontra aros com 28 furos – 90% é para pneus tubulares - para competição - que não é o caso de uma bike fixa urbana básica.

Ressalte-se que a Campagnolo não produz cubos de Pista Record com furação de 28 furos, somente com 32 e 36 furos, e esses são cubos  de competição, conforme este link aqui"

Vou repetir aqui, o que comentei no post anterior sobre as opções para converter em fixa uma LaBici:
1) colocar uma roda fixa nova (custo de +/- R$ 125,00 com cubo ShunFeng de fixa, aro Vzan Spín - é párecido com o dianteiro, raios inox e montagem da roda); 2) colocar um anel para converter o cubo existente em fixo para pinhão parafusado – conforme detalhado neste post aqui, e isso fica em R$ 100,00 (isso foi o que gastei para fazer um) e mais um pinhão parafusado inox de R$ 60,00 a R$ 70,00 mas é possivel furar um de cargueira e aí o custo fica em R$ 15,00 a R$ 20,00 ; 3) instalar um FixKin Lock (que rosqueia no cubo) para colocar um pinhão Miche de encaixe, o custo do FixKin Lock com frete fica em EUR $ 18.50 , que é +/- R$ 45,00, e o pinhão Miche custa cerca de R$ 60,00 e tem a venda no Brasil. Nota: Sobre o uso do FixKin Lock para converter cubo de rosca em cubo de fixa existe um post específico AQUI.

FixKin Lock e Adaptadores p/ Pinhão Parafusado


Em resumo, essa LaBici é uma boa alternativa para que está iniciando no mundo das singlespeeds ou bike fixa;  para aqueles que querem uma bike básica para pedalar em momentos de lazer sem grandes gastos; e também para aqueles que não querem ou não tem paciência/conhecimento para montar um fixa do zero e querem evitar gastos com tentativas e erros e perda de tempo.

Boas Pedaladas a Todos

by MarchaFixa

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Como Converter Cubo de Rosca em Cubo com Pinhão Parafusado

Esse tópico já foi abordado em outra postagem : Cubo Campagnolo C-Record com Pinhão Parafusado , porém efetuamos algumas reformulações no esquema.  Esse processo de conversão pode ser utilizado com qualquer cubo de rosca que use eixo sem “encosto fixo” (Nota: Alguns cubos de rosca usam rolamentos e possuem um “encosto fixo” para os mesmos, esses não é possivel converte-los).

Este procedimento  também pode ser utilizado no salvamento de cubos de pista de alta qualidade que espanaram. O procedimento esta descrito no post "Como Ressuscitar um Cubo de Fixa Espanado", disponível AQUI , e a um custo baixíssimo. Além disso existe a alternativa do FixKin Lock - já mencionado em outro post - que pode ser usado para salvar cubos com rosca espanada.



FixKin Lock e  Adaptador  MontanoVelo e Cópia Montada c/ Pinhão


Os melhores candidatos para isso são aqueles cubo antigos de rosca (p/ roda livre de 5, 6, 7 velocidades) com flange alta de grupos top (Record, Dura Ace, Superbe Pro, Zeus, Normandy, Pelissier, Gipiemme, Ofmega etc.) e que estão encostados por uma ou outra razão. Esses cubos top de linha antigos são os que valem à pena. Considerando que somente o cubo traseiro Campagnolo Record de pista NOVO (flange baixa) custa cerca de US$ 230.00 na Amazon, sem frete e  impostos; e incluindo esses dois custos adicionais vai custar pelo menos R$ 500,00 entregues no Brasil.





Cubo Campagnolo Record - 1966




Ressalte-se que atualmente são poucos os fabricantes de cubos de fixa/pista de excelente qualidade e que tenham flange alta : Dura Ace (HB-7600),  Phil Wood, Paul Components.  A Campagnolo há muito tempo só fabrica eles com flange baixa.  Aqueles que querem montar uma fixa “old school” com todos componentes da Campagnolo, e isso implica em cubos de flange alta, ficam com duas opções: comprar no eBay cubos antigos de pista da Campagnolo - e os preços são salgados; ou converter um cubo de rosca antigo de flange alta que sai mais em conta.

Outro aspecto é que no passado - anos 60 e 70, cada país europeu tinha o seu padrão de rosca para roda-livre.  Isso era uma maneira de garantir uma reserva de mercado. O bike boom nos Estados Unidos ocorrido nesses anos forçou muitos fabricantes de componentes europeus utilizarem o padrão inglês de roscas; pois o Japão - potencia emergente na produção de componentes de bicicletas - já tinha adotado o padrão inglês - a única divergencia realmente significativa era o diametro da pista do garfo (27.0 = JIS versus 26.4mm = Inglês=ISO=Italiano).

Abaixo tem uma tabela retirada do site do Sheldon Brown ( http://sheldonbrown.com/freewheels.html ) com os diversos tipos de rosca das rodas-livres.

O atual pafrão para rodas-livre é o ISO cuja rosca é: 1.375” x 24 FPP, que é a mesma rosca dos movimentos centrais com rosca inglêsa. Atualmente, independentemente onde é fabricada a roda-livre, todas tem essa rosca no padrâo ISO (1.375” x 24 FPP).

Tipos de Roscas de Rodas-Livre


TipoPolegadaMétrico
Italian1.378" x 24 tpi35 x 1.058 mm
ISO1.375" x 24 tpi34.92 x 1.058 mm
British1.370" x 24 tpi34.80 x 1.058 mm
French1.366" x 25.4 tpi34.7 x 1 mm
Metric BMX1.181" x 25.4 tpi30 x 1 mm

Fonte: Sheldon Brown


Ressalte-se que tem muito cubo com rosca francesa abandonados, pois não existe mais reposição para as rodas-livres com esse tipo de rosca, exceto no eBay com preços para colecionadores. Consequentemente, o custo desses cubos é baixo e são bons candidatos para uma conversão.

Os cubos Campagnolo Record, que são chamados de "NOS" - New Old Stock (Novos, mas Estoque Antigo - ou seja, nunca foram usados) como esses das fotos abaixo foi encontrado em uma bicicletaria nas cercanias de São Paulo. O cubo traseiro é para bicicletas bem antigas - o espaçamento é de 120mm !!! Isso é para roda-livre com  5 velocidades !!!  Eles foram fabricados em 1966, conforme está estampado (66) no "locknut" (porca de travamento). Ou seja, ficaram parados por 46 anos !!! Em breve serão convertidos e colocados para rodar como cubo fixo.  O link para essa informação é: http://www.campyonly.com/phpBB3/viewtopic.php?f=8&t=42


Campy Locknut (contra-porca) - Data de Fabricação


Obviamente, que é possivel utilizá-lo com uma catraca de 7 velocidades, mas seria necessário trocar o eixo e colocar adicionalmente uns 6 a 10mm de espaçadores. Por outro lado, eles são ótimos candidatos para serem convertidos em cubos fixo, pois tem flange alta - 75mm de diametro, ou seja o anel adaptador (diametro de 54mm) para parafusar o pinhão ficará quase uns 10mm abaixo do circulo dos furos aonde passam os raios.  E, com isso, o anel adaptador pode ser fixado permanentemente.


Esse adaptador foi desenvolvido com base em um da MontanoVelo destinado ao freio à disco em bikes fixas, mas com uma enorme diferença: adicionei 6 furos com rosca para parafusos allen de 4mm em volta do anel, cuja função é mante-lo  no lugar, de modo a evitar do adaptador/pinhão desrosquear acidentalmente com um contra-pedal.  Esses parafusos penetram na carcaça do cubo e são mantidos no lugar com trava-rosca de media intensidade.




Adaptador Montado no Cubo


Caso voce decida converter um cubo de rosca será necessário o seguinte:

- eixo solido com comprimento compativel com o espaçamento das gancheiras;

- duas porcas com arruela flutuante (elas são meio padrão nos cubos de pista / fixa ) - vem nos cubos de fixa Fórmula e similares;

- alguns espaçadores, dependendo da distancia entre gancheiras;

- anel adaptador para pinhão parafusado em liga de aluminio; ou voce compra na MontanoVelo (US$ 55.00 c/ frete) - caso o cubo tenha rosca inglesa / ISO ou manda fazer em um torneiro (+/- R$ 100,00).  Existe à venda no Brasil esses adaptadores no Mercado Livre por R$ 18,00 + frete , neste link: http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-649404412-adaptador-para-freio-disco-para-bicicleta-eletrica-_JM 

Recentemente (Set/2016) fiz uma pesquisa na web e encontrei diversos fabricantes/fornecedores de anel adaptador para freio a disco no Sudeste da Asia (China e Hong Kong). Um deles estava vendendo o adaptador por US$ 1.00 (um dólar); o que viabiliza a conversão de cubos mais simples que tenham Flange Alta. 

Adaptador de Freio à Disco da Wind Bikes



- 6 parafusos inox allen sem cabeça (rosca M4) de 4mm x 10mm (comprimento) para travamento do anel, o inox dá um melhor acabamento. No caso de usar o adaptador da Wind Bikes - vide link acima - use parafusos allen sem-cabeça (M3) de 3mm x 5mm, ou ainda o sistema de chavetas explicado no post "Como Ressuscitar um Cubo de Fixa Espanado";

- 6 parafusos em inox  allen cilindricos (rosca M5) com 5mm x 12mm (comprimento), para prender o pinhão no adaptador;

- 6 arruelas de pressão em inox para evitar que a vibração afrouxe os parafusos que seguram o pinhão;

- 1 pinhão com furação ISO, a mesma dos rotores de freio a disco. Existem varias opções - furados de fabrica (Velosolo, Tomi Cogs, Silas, Phil Wood, FixKin) ou voce utiliza um de cargueira e manda furar.


A Receita do Anel Adaptador

O que deverá ser entregue ao torneiro para confecção do anel:

1) o cubo de rosca onde vai ser rosqueado o anel;

2) um pinhão tradicional de rosca de boa qualidade que rosqueie bem nesse cubo - assim o torneiro tem mais informações para fazer corretamente a rosca ( 1.375” x 24 FPP) - caso o cubo tenha rosca inglesa, pois nos outros tipos de roscas provavelmente você não vai ter um ;

3) um rotor de freio a disco ou um pinhão com furação ISO - que será o modelo / gabarito para a furação do anel adaptador;

4) desenho com as especificações técnicas (medidas, material etc.) do anel adaptador, as quais estão neste desenho/imagem abaixo e que estão descritos no item 5.

Os quatro itens acima foram entregues ao torneiro para ele fabricar o anel/adaptador e ele saiu perfeito.

5) Descrição do desenho / anel adaptador:

A) Material: Alumínio para torneiro – Liga 6061 ou 7075.

B) Diâmetro EXTERNO: 54mm

C) Diâmetro Interno/Rosca: 1.375” x 24 FPP* – será necessário fazer a rosca interna desse anel/adaptador.  Existem varios tipos de rosca  nesses cubos antigos: Italiana que é +/- igual a Inglêsa e a francesa (35mm X 1 FpMm**).

Obs.: Esse diâmetro/rosca (1.375” x 24 TPI é o mesmo de um pinhão de pista ou de uma catraca (roda-livre) de rosca ou ainda do lockring do movimento central (lado esquerdo).

Legenda:  FPP* = Fios de rosca por polegada. FpMm ** = Fios por milimetros.

D) Espessura do anel: 9 mm

E) Furação ISO para o Pinhão Parafusado (6 furos) = 44mm BCD (Bolt Circle Diameter). Traduzindo esse “44mm BCD”: Significa que a distancia de centro-a-centro de dois furos opostos é de 44mm. Consequentemente, o raio desse circulo de furação é de 22mm. E a distancia de centro-a-centro de dois furos vizinhos (ou contíguos) é também de 22mm . Ou seja, em linguagem de torneiro é um divisor.


O BCD (Bolt Circle Diameter) dos cubos de disco é 44mm de acordo com esta foto  abaixo.

Diâmetro do Circulo de Furos do Pinhão Parafusado (Bolt Circle Diameter)

F) Rosca dos Furos ISO: A rosca é para parafuso Allen de 5mm ou também conhecida como M5. Esses parafusos Allen irão prender o pinhão no adaptador/cubo.

G) Furos com Rosca para Parafusos Allen SEM CABEÇA que Travam o “Anel” /Adaptador no Cubo: Eles são efetuados na borda do “anel”, no intervalo entre os furos ISO que irão prender o pinhão, são 6 furos. Nesta segunda execução do adaptador eu utilizei parafusos Allen sem cabeça de 4mm de diâmetro, pois a espessura de 9mm, permite que seja usado um parafuso mais grosso.



Desenho Entregue ao Torneiro



Execução / Montagem do Cubo Fixo / Anel Adaptador:

1 - Re-Espaçar o Cubo Traseiro. Usando o novo eixo sólido e os espaçadores, o cubo deverá ser re-espaçado para ficar adequado para uma marcha fixa, de modo que os “locknuts” (porcas de travamento) do cubo fiquem equidistantes do centro do cubo, ou seja, o cubo traseiro deve ficar com perfil igual ao dianteiro, em  que ambos lados estão à mesma distancia do centro do cubo. Neste caso especifico foi muito fácil re-espaçar o cubo - ele já estava com 120mm, então bastou transferir um espaçador para o lado esquerdo.

2 - Enraiar o Cubo no Aro.  Montar o cubo no aro, pois fica mais fácil de instalar e rosquear bem o adaptador.

3 - Rosqueie o anel no cubo e parafuse o pinhão, e depois com a ferramenta para apertar/desapertar “lockring”/ pinhão de cubo de pista (foto abaixo) aperte mais o conjunto adaptador/pinhão.

Ferramenta da Shimano p/ Pinhão e Lockring: TL-SR22



4 - Aperte bem o anel no cubo. Pegue uma subida moderada para que a pedalada aperte mais naturalmente o conjunto adaptador/pinhão e em hipótese alguma dê “skids”, e retorne para oficina evitando fazer qualquer coisa que desrosqueie ou afrouxe o “anel”/adaptador.

5 - Faça concavidades na rosca do cubo. Retire o pinhão do adaptador, desparafusando os 6 parafusos allen de 5mm.  Use uma broca de 3,5mm de aço rápido e através dos furos da lateral (aonde vão os parafusos allen SEM CABEÇA de 4mm para travamento) faça concavidades (“buracos”) com 1 ou 2mm de profundidade (evite transpassar a carcaça do cubo), que servem para permitir que a ponta dos parafusos de travamento se alojem no cubo. Evite danificar as roscas do “anel”/adaptador. Retire/limpe as rebarbas/cavacos dos “buracos” furos com um “clip para papel”.

6 -  Instale os parafusos de travamento do anel. Coloque os parafusos allen (sem cabeça) de 4mm nos seus respectivos furos juntamente com trava-rosca de média intensidade e aperte bem para eles se alojarem 1 ou 2mm na carcaça do cubo.

7 - Instale/parafuse novamente o pinhão no “anel”/adaptador.  Use arruelas de pressão, assim evita-se que a vibração e a força da pedalada afrouxe os parafusos. A roda está pronta para ser montada na fixa.

Os custos de conversão desse cubo (de speed) com  rosca Campagnolo Record de flange alta (NOS = New Old Stock) para bike fixa são os seguintes:

1) Fabricação do anel adaptador: R$ 95,00

2) Eixo da Wheels Manufacturing 174mm x 10mm x 26 TPI : R$ 37,00

3) Porcas (2) de Pista Campagnolo: R$ 60,00

4) Parafusos Allen Inox (5mm e 4mm): R$ 5,00

Total do Custo de Conversão: R$ 197.00

Ressalto que isso só vale a pena para um cubo top de linha e em excelente estado de conservação; ou ainda no caso de querer deixar a sua fixa com estilo retro e toda Campagnolo. Atualmente, a Campagnolo produz cubos de pista somente com flange baixa, ao contrario da Shimano que produz os Dura Ace com flange alta (modelo HB-7600) e flange baixa (HB-7710). 





Cubo Dianteiro com Eixo de Pista




No outro post comentei que não recomendava utilizar este tipo de cubo convertido para dar skids. As razões dessa recomendação são as seguintes: 1) eu não dei skids com eles, e portanto não acho  muito correto recomendar algo que eu não tenha feito; 2) acho que não faz muito sentido usar esse tipo de cubo - dado o seu custo - para dar skids; um cubo de disco dianteiro convertido seria mais apropriado; 3) esses cubos  são reliquias e caso ocorra algum problema fica difícil e custosa a reposição. O primeiro cubo Campagnolo que converti (já foi descrito em um outro post AQUI) usando esse tipo de anel está funcionando perfeitamente, sem nenhum problema.


Cubos Convertidos c/ Eixo Sólido e Aros Mavic MA3


Cubo de Rosca com Anel-Adaptador p/ Pinhão Parafusado Enraiado



O estilo dos cubos antigos da Campagnolo com flange alta até hoje são copiados pelos outros fabricantes (por Ex,: Fórmula).

Boas Pedaladas a Todos

by MarchaFixa